
O chefe da polícia de Montgomery, Kevin Murphy, comemora: “O que queremos fazer é aliar o Departamento de Polícia com a comunidade religiosa. O que estamos vendo hoje é fruto de sementes plantadas há muito tempo. Eu realmente acredito que tem havido uma ruptura nas famílias. Nossos jovens estão crescendo sem direção”.
O policial David Hicks, o idealizador do projeto, disse: “Sempre que você encontrar um grupo de pessoas cujas vidas foram afetadas negativamente, temos a oportunidade de mostrar-lhes o tipo de amor e compaixão que todos os seres humanos precisam”. Por sua vez, Baxter E. Morris, capelão oficial da polícia local também está contente: “Há uma grande oportunidade evangelística. Nos tornaremos respostas à crise, determinando as necessidades espirituais e tendo condições de compartilhar as palavras de Cristo. ”
Obviamente, surgiram questionamentos se o programa é legal, do ponto de vista constitucional. Grande parte dos custos desse ministério de evangelismo policial é financiado pelos contribuintes. Embora os pastores sejam todos voluntários e não receberão pelo serviço, demanda tempo dos policiais que muitas vezes terão de acompanhá-los por questões de segurança, além de custos administrativos. Já existem programas similares em andamento nas cidades de Dayton, no Ohio e Arlington, no Texas.
Consultado pela revista The Atlantic, Erwin Chemerinsky, da Faculdade de Direito da Universidade da Califórnia, esclarece. “O governo não pode tomar medidas que pareçam endossar uma religião. Usar pastores desta forma viola justamente esse aspecto legal”.
Há muito questionamento sobre a eficácia de um programa como a Operação
Bom Pastor. O Chefe Murphy é sincero: “Olhe bem, eu não sou criminologista, mas se podemos semear algumas boas sementes hoje, veremos seus frutos amanhã. Pode demorar alguns anos para isso aparecer. Foram tantos anos vendo as pessoas derrubarem valores morais atrás, só agora estamos sentindo os efeitos”. Ele faz uma ressalva “Não pense que vamos deixar de fazer o policiamento tradicional também. Vamos prender as pessoas que infringem a lei… elas continuarão indo para a cadeia”.
No Brasil um projeto pioneiro foi iniciado na PM Brasília. Com o nome oficial de “Programa de Educação Moral”, o objetivo é oferecer aos policiais cursos que seguem o currículo da “Universidade da Família” para ajudá-los a lidar com problemas pessoais e profissionais. Com informações de The Atlantic.
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