Devido à altíssima carga tributária brasileira, o sonho americano pode estar bem próximo: brasileiros podem abrir o próprio negócio ou investir em projetos nos EUA e ainda se tornar cidadão norte-americano.
Pagar impostos e investir em empresas no
Brasil é extremamente complicado. Além da enorme burocracia, a oneração
que é gerada em cima da cobrança de impostos e contratação de
funcionários no país é altíssima, o que desestimula empresários
nacionais e estrangeiros a investirem aqui. O Brasil tem uma das maiores
taxas de impostos sobre empresas, segundo levantamento da
PricewaterhouseCoopers (PwC) em 189 países.
Segundo a consultoria, nessa pesquisa,
Comores (país africano) ficou em primeiro lugar com a taxa mais alta do
mundo de cobrança de impostos sobre as empresas, totalizando uma
alíquota de 216,5% (33 impostos). Por sua vez, a Argentina ocupou o
segundo lugar com 137,3% (9 impostos); Bolívia 83,7%; e Brasil ficou na
11ª posição no ranking, com 69% (9 impostos).
Além disso, o Brasil tem a maior carga
tributária da América Latina, superando inclusive a média de arrecadação
de países ricos. A receita com impostos aqui chegou a R$ 1,728 trilhão
em 2013, cerca de R$ 460 bilhões a mais do que em 2010. Com isso,
segundo a análise feita pela Organização para Cooperação Econômica
(OCDE), a arrecadação brasileira aumentou 2,5 pontos percentuais do PIB
(Produto Interno Bruto) entre 2010 e 2013. Já nos países desenvolvidos
esse aumento foi de 1,3 ponto.
EUA: é possível escolher projetos para investir
Uma das alternativas que muitos
empreendedores brasileiros têm encontrado é a possibilidade de abrir o
próprio negócio ou investir em projetos já em andamento nos Estados
Unidos, inclusive em redes de franquias e construções de arenas, por
exemplo, por meio do EB-5, um programa de vistos para imigrantes
investidores. Para isso, é preciso ter US$ 500 mil. Se o investimento
der certo, essa quantia é devolvida ao investidor depois de cinco anos.
Em 2014, somente 30 brasileiros
conseguiram o visto de investidor das pouco mais de 10 mil vagas
concedidas anualmente. Os chineses são os que mais conseguem obter os
vistos EB-5 e representaram, ano passado, 80% deles.
O EB5 é uma das maneiras mais fáceis de
viver nos Estados Unidos, pois a autorização do visto sai num período
que varia de 12 a 18 meses. “O sonho para muitos que querem mudar de país depende do dinheiro e de uma boa assistência jurídica”, destaca
Ingrid Baracchini, especialista em vistos EB-5. Ingrid orienta
anualmente dezenas de brasileiros interessados em obter o visto.
Como funciona o pedido do visto EB-5
Primeiro é fundamental que o interessado
escolha um centro regional aprovado e autorizado pelos Estados Unidos a
receber esse investimento.
A imigração norte-americana avalia a “ficha” do investidor e, se aprovada, concede o greencard provisório tanto para ele quanto para cônjuge e filhos de até 21 anos. “Este processo leva alguns meses até que o investidor seja definitivamente aprovado pelo governo norte-americano”, salienta a advogada.
Com a supervalorização do dólar frente
ao real, experimentada nos últimos meses, o interessado em imigrar para
os EUA, através do programa, não tem tempo a perder e nem mesmo pode
errar nos procedimentos iniciais para obtenção do EB5. “Por isso,
estar pronto para a comprovação do valor e apresentação dos documentos
necessários exige atenção por parte do advogado”, destaca Ingrid.
Para escolher onde investir é fácil.
Basta que o interessado em imigrar pelo EB-5 escolha um “centro
regional”, aprovado pelo governo americano, para fazer um investimento
de US$ 500 mil em um novo negócio que crie e sustente, no mínimo, dez
empregos por pelo menos dois anos (período da criação da empresa até a
obtenção do documento definitivo).
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